De acordo com o delegado Jobson Lucas Marques, coordenador regional da
Polícia Civil, uma perícia feita no local do acidente constatou que o
trator, que pesava 35 toneladas, não estava preso na carreta. Ele também
informou que, no depoimento, o condutor, que é terceirizado, disse que
não verificou se a retroecavadeira estava amarrada na carroceria do
veículo.
"Disse que, quando chegou ao pátio da empresa, um tratorista colocou o
trator na carreta usando uma prancha e que não verificou se realmente o
veículo havia sido preso. "Mas, enquanto motorista profissional, ele
teria obrigação e dever legal de observar a carga, o que não foi feito.
O
trator estava completamente solto, sem nenhuma amarra", disse Marques.
Conforme o delegado, já foi solicitada a prisão preventiva de Joniçon,
que responderá por homicídio com dolo eventual - quando se assume o
risco de matar. "A partir do momento em que ele não coloca as amarras de
forma adequada numa carga desse peso e decide sair dirigindo em uma BR
movimentada, cheia de pessoas, ele assume esse risco", afirmou o
delegado, ressaltando que o condutor ficará preso na carceragem da 2ª
Coorpin, onde aguardará decisão judicial.
O delegado informou, ainda, que Joniçon foi contratado para fazer o
transporte do trator até Alagoinhas, onde o veículo seria usado na
escavação de terrenos na cidade. O nome da empresa que contratou o
condutor não foi divulgado.
Acidente
O acidente aconteceu no km 322 da BR-110, próximo à fábrica de cerâmica
Simonassi, por volta das 6h10. De acordo com a Polícia Rodoviária
Federal (PRF), o trator se soltou da carreta (de placa JQT 9144), e caiu
na pista. O motorista do ônibus (placa é GSV 4620), que vinha no
sentido oposto, não conseguiu frear e colidiu lateralmente com trator.
O ônibus, que pertence à empresa Gontijo São Geraldo, saiu de São Paulo
(SP) com destino a cidade baiana de Paulo Afonso (a 507 km da capital).
O veículo transportava 38 passageiros. Pela manhã, a PRF havia
informado que 14 pessoas tinham morrido, mas, à tarde, corrigiu o número
de mortos para 13. Outras 21 pessoas ficaram feridas.
Algumas vítimas morreram no local do acidente, e outras em unidades
médicas da região. A maioria dos feridos foi levada para o Hospital
Dantas Bião, em Alagoinhas, que informou, em nota enviada à imprensa,
que 19 pessoas deram entrada na unidade de saúde.
De acordo com o último boletim médico, divulgado à tarde, três vítimas
não resistiram aos graves ferimentos e morreram no hospital. Outras
quatro pessoas foram transferidas para o Hospital das Clínicas da
cidade. Os demais pacientes seguem internados, alguns em estado grave.
Vítimas
Cinco irmãos de Leopoldo Matos de Souza estavam no ônibus e morreram no
acidente. Ele aguardava, na cidade de Banzaê, a 213 km de Salvador, a
chegada dos familiares, que viviam em São Paulo há cerca de 25 anos. Em
entrevista ao site Acorda Cidade, Leopoldo disse que os parentes
planejavam a viagem desde dezembro do ano passado e que ficou sabendo do
acidente através de um telefonema.
"Marina Matos, Marisa Matos, Elvira Matos, Maura Matos e Amauri Matos
eram meus irmãos. A Marina estava de férias e os outros decidiram vir
junto com ela. Tinha uns oito meses que não via meus irmãos", afirmou. O
sobrinho de Leopoldo, Andrews Campos, que também vinha de São Paulo,
está entre os feridos. Não há informações sobre o estado de saúde dele
Entre os sobreviventes está uma criança de dois anos, que viajava junto
com a mãe, Ana Paula da Silva, 24. O menino saiu ileso; a mãe teve
apenas ferimentos leves na perna e no ombro, mas passa bem.
Ao Acorda Cidade, Ana disse que ela e o filho, que seguiam para Paulo
Afonso, dormiam no momento do acidente e que acordaram assustados com
com o impacto da batida. Ambos foram retirados do ônibus por pessoas que
passavam pelo local no momento da batida.
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