MÉDICOS BRASILEIROS CRIAM TÉCNICA QUE DEVOLVE EREÇÃO A QUEM TIROU A PRÓSTATA

Médicos brasileiros da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) em Botucatu desenvolveram uma cirurgia que religa os nervos que foram rompidos durante a retirada da próstata, o que reverte o problema da impotência sexual. 
A técnica consiste em retirar um pedaço de cerca de 30 centímetros de um nervo na perna, dividir esse nervo em dois pedaços de 15 centímetros cada e fazer um enxerto no nervo lesado da face lateral do pênis. “Quando retiramos o nervo da perna do paciente (nervo sural), ele fica com a face lateral do pé como se estivesse permanentemente anestesiada. Mas é algo leve, que a pessoa nem se importa”, explica José Carlos Souza Trindade, urologista e coordenador da pesquisa.  
Depois da cirurgia, que é considerada pouco invasiva, o paciente vai para casa em até 48 horas e o resultado final da cirurgia – o fim da impotência sexual – pode aparecer em até 2 anos. O motivo da demora é porque é necessário que fibras cresçam a partir do nervo enxertado e façam a ligação com o nervo do pênis.“É possível comparar a cirurgia com um fio elétrico. 
Abrimos a capa do fio e expomos o cobre. Retiramos esses vários fiozinhos de cobre que estão rompidos e substituímos por outro, mas este outro demora cerca de 8 meses para crescer (fibras) e fazer a ligação com o outro nervo receptor, que seria na vida real o nervo do pênis”, explica Trindade. A técnica é complexa, mas os resultados são satisfatórios. 
Dos 10 pacientes que foram submetidos a essa cirurgia, quatro já podem se dizer curados e outros dois ainda não completaram um ano de cirurgia, tempo médio para se obter resultados. Segundo Trindade, o prognóstico deles é bom. Os outro quatro não tiveram bom resultado por conta de outros tratamentos como radioterapia para combater o câncer. (iG)

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