por Sandro Freitas
Fotos: Bahia Notícias
Fotos: Rodrigo Aguiar/ Bahia Notícias
O nome que não for escolhido pelo governador Jaques Wagner (PT)
para ser o candidato a vice do postulante ao Palácio de Ondina, o chefe
da Casa Civil, Rui Costa (PT), pode acabar como aspirante a
vice-governador da oposição. A manobra seria facilmente considerada o
“fato político do ano”, e tem chances de acontecer, segundo o deputado
estadual Bruno Reis (PMDB). A novidade foi relatada ao Bahia Notícias
pelo parlamentar, ao comentar a afirmação do presidente peemedebista no
estado, Geddel Vieira Lima, de que um partido do governo está em “conversas avançadas”
para deixar a base e casar com os contrários. As siglas cotadas são o
PP, que tenta emplacar o presidente estadual e deputado federal Mário
Negromonte como vice, ou o PDT, que quer o posto para o atual presidente
da Assembleia, Marcelo Nilo. Segundo Bruno Reis, ambos os partidos
estão “próximos” da trinca PSDB, DEM e PMDB. Os pepistas por conta das “quase ameaças”
feitas por Negromonte. Os pedetistas pelo fato de o novo presidente
estadual da legenda, deputado federal Félix Mendonça Jr., e do cacique
nacional Carlos Lupi não abrirem mão da mesma vaga. “Poderia ter um
entendimento, tem espaço pela proximidade para compor”, analisou Reis.
Na conversa com o BN, o parlamentar deixou transparecer que o PP é mais
fácil de ser atraído, caso a jogada realmente aconteça. “O PP já tem uma
aliança com a oposição à Presidência [da República] em 11 estados. Tem
uma relação de parentesco de Aécio [Neves, senador e candidato tucano a
presidente], primo de Francisco Dornelles, ex-presidente nacional do PP.
Existe quem diga que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) poderia ser o vice
de Aécio. Tudo isso facilita o entendimento local”, pontuou Bruno
Reis.
Fotos: Bahia Notícias
Apesar da expectativa do peemedebista, na visão de integrantes
das “noivas” da oposição, “não existe chance” de PP e PDT virarem a
folha. “De jeito nenhum”, disse o deputado estadual Cacá Leão (PP) sobre
a possibilidade. A resposta foi similar à de Marcelo Nilo. “A chance é
zero. Fui 16 anos de oposição, por que trocaria de lado?”, questionou. E
como tem acontecido desde a indicação de Rui Costa, ambos garantiram
ter “certeza” de que os próprios partidos serão escolhidos por Wagner
para vice de Rui Costa. Nos corredores da AL-BA, a loteria eleitoral
está dividida, mas indica caminhos para uma solução com uma montagem que
beneficiaria o colega da Casa. A amizade do governador com Nilo pode
resultar na indicação do pedetista para o posto, que, para não ficar sem
tinta na caneta, receberia uma secretaria, assim como o atual
vice-governador e secretário estadual de Infraestrutura, Otto Alencar
(PSD), agora candidato ao Senado. Os parlamentares ainda apontam que o
PP ficaria “quase satisfeito” – e ainda na base – caso a presidência da
Assembleia em 2015 caísse no colo do deputado Mário Negromonte Jr. (PP),
uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e uma secretaria:
Infraestrutura ou Desenvolvimento Urbano, da qual o atual titular,
Cícero Monteiro (PT), deve sair para comandar a Casa Civil. Se na
matemática governista a conta pode fechar, a oposição também tem a dela.
Bruno Reis sinalizou que o calendário do grupo tem espaço para esperar
Negromonte ou Nilo. “Anunciamos os candidatos ao governo e ao Senado
após o carnaval e o vice só depois do governo”, planejou o deputado.
Para ele, Wagner “admite o risco de perder alguém” ao postergar a
decisão.
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