Juntos no vôo para os funerais de Mandela: Somos todos iguais



A edição de quinta-feira (12/12) da Folha de S. Paulo publica texto do articulista Rogério Gentile, intitulado Mandela e Collor, no qual comenta a participação de Dilma Rousseff e ex-presidentes no funeral de Nelson Mandela. Citando a presença de Fernando Collor, Gentile afirma que “se a intenção era louvar aquele que chamou de “personalidade maior” do século 20, Dilma acabou homenageando uma vergonha nacional.” O autor destaca que Collor “foi expulso do Palácio do Planalto sob gritos de “ladrão”. Primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura, sofreu impeachment em 1992, depois que seu irmão revelou um amplo esquema de corrupção no governo e uma CPI constatou que ele obteve ‘vantagens econômicas indevidas’”.
Gentile lembra ainda que, à época, Lula, “que ainda demonstrava se importar com esse tipo de coisa, disse que Collor apresentava sintomas de alguma debilidade no cérebro. ‘Em vez de construir um governo, construiu uma quadrilha. A ganância, a vontade de roubar e a vontade de praticar corrupção fez com que Collor jogasse o sonho de milhões de brasileiros por terra.” Ainda segundo o texto, “quase 15 anos depois, Lula, quem diria, iniciou o resgate de Collor, convidando-o para voltar ao Palácio do Planalto, num encontro que emocionou o ex-presidente pela forma carinhosa com que o petista o recebeu.” Gentile finaliza afirmando que Collor, no entanto, “não é um caso de divergência política (até porque hoje ele integra a base de Dilma no Senado). É um caso de divergência moral com a sociedade brasileira, que se vestiu de preto para expulsá-lo do governo. Colocá-lo no patamar de Lula, de FHC e de Sarney é o mesmo que tentar passar uma borracha na história, devolvendo-lhe a estatura e a respeitabilidade que ele perdeu com o impeachment.”  O artigo de Gentile vai ao encontro do editorial publicado na terça-feira, dia 10, pelo Jornal do Brasil – Somos todos iguais – que destacou que o ex-presidente Nicolas Sarkozy se recusou a viajar para o funeral de Mandela no mesmo avião que seu inimigo político, François Hollande. (JB)

Comentários