A partir de 2014, 20 hospitais de referência do
Brasil devem passar a treinar e monitorar à distância unidades de saúde
que ficam longe de grandes centros médicos e que não contam com
cardiologistas sobre como diagnosticar e tratar adequadamente casos de
infarto. Essas instituições vão participar de uma rede internacional de
combate à mortalidade por infarto, o projeto Lumen Global. Criado
em Miami pelo cardiologista indiano Sameer Mehta, o projeto já está
atualmente em 30 países. Mehta esteve no Brasil nesta semana para se
reunir com representantes dos 20 hospitais de referência e para
participar do Seminário Scientific American de Inovação em Medicina,
onde falou sobre a importância da telemedicina para a ampliação do
acesso aos cuidados médicos. O
projeto, que começou como um simpósio para profissionais sobre como
tratar casos de infarto com mais eficiência, aumentou seu alcance quando
passou a recorrer aos recursos da telemedicina tanto para treinamento
de profissionais quanto para atendimento de pacientes. O cardiologista
Roberto Botelho, diretor do Instituto do Coração do Triângulo, em
Uberlândia, e também um dos diretores do projeto Lumen Global, explica
que a telemedicina é a prática da medicina à distância.
No caso do
atendimento de emergência em cardiologia, a telemedicina se dá
principalmente pela transmissão online de exames de eletrocardiograma de
pacientes com suspeita de infarto para centros de excelência.O
diagnóstico do infarto é feito no hospital de referência, de onde o
especialista orienta o profissional do centro remoto sobre qual deve ser
a conduta em relação àquele caso. O que o Lumen Global faz é organizar
essa rede de comunicação nos países em que atua. “Aqui no Brasil,
elegemos 20 hospitais estruturados e esses hospitais vão ser âncoras
para suas regiões.
Cada um vai adotar 5 centros remotos, que não têm
especialista nem estrutura. Esses hospitais vão se comunicar com os
centros remotos e a central de telemedicina mundial da Lumen Global vai
ajudar esse pessoal a fazer diagnóstico e tratar os pacientes”, diz
Botelho. Além dos treinamentos,
esses centros remotos devem receber equipamentos que coletam o exame e o
transformam em documento digital a ser enviado para a central.
Enquanto
a Fundação Lumen entra com o suporte educacional e tecnológico, as
instituições de referência terão de disponibilizar profissionais para
coletar os dados e darem o suporte aos centros da periferia. Segundo
Botelho, a organização ainda não pode divulgar o nome dos 20 hospitais
de referência que devem participar do programa enquanto a parceria ainda
não estiver formalizada, mas ele afirma que muitos deles são
instituições públicas. “Todos os níveis de governo com que conversamos
receberam muito bem a iniciativa.
Convidamos hospitais públicos que
estão aceitando e adequando o programa aos requerimentos legais e
orçamentários.”, diz o especialista. “Sem
a participação do governo, não tem nem como começar. Sem a autorização
dos hospitais públicos, a participação do Samu e das ambulâncias, não
caminhamos”, completa. (Bemestar)
Comentários
Postar um comentário