Um estudo divulgado nesta terça-feira (19) pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) aponta a Bahia na quinta posição em perda de
expectativa de vida para homens negros. O dado é apresentado no trabalho
“Vidas Perdidas e Racismo no Brasil”, que coloca também o estado na
sexta posição em homicídios contra negros em todo o país, com um
percentual de 47,3 para cada cem mil pessoas, enquanto entre os não
negros o índice é de 11,3 para cem mil. No caso de perda de expectativa
de vida para não brancos, a Bahia fica na 18ª colocação. O estado com
maior percentual de assassinatos contra negros no país é Alagoas, com
80,5 para cada cem mil. Divulgado um dia antes do Dia da Consciência
Negra, comemorado nesta quarta-feira (20) de novembro, o estudo calcula
impactos de mortes violentas (acidentes de trânsito, homicídio,
suicídio, entre outros) na expectativa de vida de negros e não negros,
baseados no Sistema de informações sobre Mortalidade (SIM/MS) e no Censo
Demográfico do IBGE de 2010. No mesmo período, enquanto a taxa de
homicídios de negros é de 36 mortes por 100 mil negros em todo país, a
mesma medida para os “não negros” é de 15,2. Para cada homicídio de não
negro, são assassinados outros 2,4 negros. Ainda de acordo com o
levantamento, entre 1996 e 2010, foi constatado que não só
características socioeconômicas, a exemplo de escolaridade, gênero,
idade e estado civil, são determinantes em mortes violentas, mas também a
cor da pele. Segundo a pesquisa, a vítima “quando preta ou parda, faz
aumentar a probabilidade do mesmo ter sofrido homicídio em cerca de oito
pontos percentuais”. Informações Bahia Notícias / por Francis Juliano
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