O
final do ano é a melhor época para que o consumidor endividado
renegocie seus débitos e deixe de figurar em banco de dados de restrição
ao crédito como SPC e Serasa. Muitas instituições, de olho no 13º
salário do trabalhador e nas metas de vendas, abrem negociações
oferecendo vantagens, como abatimento de juros, aos inadimplentes. Em
Salvador, uma boa oportunidade para isso é o Feirão do Nome Limpo, que
acontece, na próxima semana, no Centro de Convenções. Mas, para que a
negociação realmente valha a pena, o recomendado é que a dívida seja
liquidada em sua totalidade.
E
é preciso que o consumidor adote nova postura, para evitar cair em
tentação e sujar o nome poucos meses depois. Segundo dados apresentados
pelo superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador,
Carlos Roberto Oliveira, cerca de 40% dos inadimplentes que reabilitam
seu crédito voltam a sujar o nome no período de até um ano.
O
dado é nacional, pois a pesquisa não foi feita com recorte estadual. Se
fosse, a Bahia apresentaria uma taxa de reincidência maior. “É natural
que seja assim, pois a renda de trabalhadores da Bahia e do Nordeste
como um todo é menor que a do Sul e do Sudeste. Sem falar que a questão
do desemprego aqui também é mais grave”, disse.
Oliveira
afirmou que atualmente são 590 mil baianos inscritos em cadastros de
restrição ao crédito que acumulam cerca de R$ 400 milhões em dívidas. Em
termos relativos, a taxa de inadimplência na Bahia está em 6,2%.
Era
7% em janeiro último e a estimativa é que continue caindo até o final
do ano, seguindo tendência nacional ajudada pela abertura da temporada
de negociações. Para ele, o principal motivo para a reincidência de
inadimplentes é o desemprego. “O consumidor se compromete com o
pagamento e quando perde o emprego perde também a condição que tinha no
momento em que fechou o acordo”, explicou.
O
segundo motivo é que falta ao consumidor baiano noções de educação
financeira. “Cerca de 40 milhões de brasileiros ascenderam para a classe
C e estão tendo contato pela primeira vez com operações de crédito.
Eles têm dificuldades para entender o mecanismo e de como se organizar
para gastar só o que podem pagar”, comentou.
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