Mais da metade das adolescentes já
foi convidada a fazer autorretratos insinuantes em seus celulares, de
acordo com uma nova pesquisa que mostrou o quanto a prática do “sexting”
vem ameaçando as escolas.
As informações são do site do jornal
britânico Daily Mail. A pesquisa, com
cerca de 500 adolescentes com idades entre 13 e 18 anos, mostrou que 60%
já foram convidados a mandar fotos e vídeos sexuais. Entre os que já
enviaram fotos deles mesmos, um terço disse que as enviou para alguém
que conheceu na Internet.
A prática da troca de imagens sexuais é agora
algo “muito normal” entre os jovens, conforme mostra o
levantamento, sendo que mais da metade deles afirma já ter recebido uma
foto ou vídeo, enquanto 40% já tiraram fotos deles mesmos. Além disso, a
pesquisa mostrou que 60,1% dos jovens já foram convidados a
mandar mensagens de texto com conteúdo sexual, enquanto 38,3% já criaram
uma.
A maioria envia este tipo de
mensagem para namorados e namoradas, mas outros também compartilham com
amigos próximos. Cerca de 32,3% afirmaram que mandaram para alguém que
só conhecem online, mas nunca encontraram “vida real”; e 15,3% já
enviaram uma foto para alguém completamente desconhecido.
O
mais preocupante é que muitas das pessoas pesquisadas pela organização
ChildLine se sentem felizes em compartilhar fotos delas mesmas com
estranhos. Além de serem compartilhadas entre eles, as fotos também
geralmente são postadas em redes como Facebook, Instagram e Snapchat.
A
ChildLine alerta que os jovens estão correndo enormes riscos ao tirarem
e enviarem imagens sexuais. Além disso, a organização ressalta que
algumas pessoas já se viram à beira do suicídio depois que viram suas
imagens sendo amplamente compartilhadas. Peter
Liver, diretor do ChildLine, disse que o crescimento do sexting na sala
de aula está relacionado, em partes, com a disponibilidade de
pornografia online. “O compartilhamento destas imagens não
necessariamente acontece de maneira isolada.
Ele pode estar relacionado a
outros problemas de Internet, como o cyberbullying, e a partir das
influências de celebridades e do fácil acesso online à pornografia”,
observou. Ele acredita que este
comportamento não é apenas um modismo, uma vez que a tecnologia está
cada vez mais disponível aos jovens.
Para lidar com o problema, a
organização está trabalhando em parceria com a Internet Watch
Foundation, para que os jovens possam ter um ponto de contato para
garantir que as fotos deles podem ser tiradas do ar. E
além disso eles lançaram um novo aplicativo, o Zipit, que oferece dicas
sobre como se envolver em um bate-papo seguro e o que um adolescente
pode fazer quando se sente ameaçado ou se a imagem se tornar pública. James,
17, um dos entrevistados, disse que ainda aprova a prática do sexting
independentemente dos riscos. “Definitivamente existem riscos.
Alguém
viu uma mensagem em vídeo que eu mandei para uma antiga namorada, tirou
um ‘print’ e postou. Me chamam de pervertido e muitas pessoas que eu
conheço viram isso. Eu fiquei completamente devastado, para ser honesto,
quase à beira do suicídio". Susie Hargreaves, chefe-executiva da
Internet Watch Foundation, lamentou os resultados. "Nós, infelizmente,
comprovamos um aumento acentuado no teor sexual dos jovens”. (Terra - Foto: Getty Images)
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