Para muitos, a correria do dia a dia só permite desfrutar de algumas
boas horas de sono por dia. Por causa disso, o final de semana é
esperado ansiosamente justamente para colocar o sono em dia. No entanto,
essa prática, mais conhecida por jet lag social, não é saudável, como
revela a endocrinologista Andressa Heimbecher, da Sociedade Brasileira
de Endocrinologia e Metabologia. “Quando uma pessoa apresenta este
padrão desorganizado de sono, ocorre um ‘desalinhamento’ no relógio
biológico e o corpo passa a perder o ritmo. O sono passa a ocorrer em
horas em que deveríamos estar alertas, como no trânsito, por exemplo e a
fome aparece em horários diversos e sem relação com o fato de estar
alimentado ou não”, explica Andressa. “Existem alguns hormônios que
precisam de alguns ciclos de um determinado número de horas para serem
liberados – e de uma rotina”, explica a endocrinologista, que cita como
exemplo o cortisol.
“É o hormônio do despertar, que prepara o organismo para a reação de
lutar ou correr, típica do estresse. Ele é liberado meia hora antes do
horário em que a pessoa acorda. Se a pessoa dorme até as 6h da manhã de
segunda à sexta-feira, o hormônio será liberado às 5h30. Se ela, porém,
dorme até às 10h no final de semana, o hormônio continuará sendo
liberado às 5h30, porque ele está acostumado que a pessoa acorde às 6h”,
explica, ressaltando que o cortisol cronicamente elevado aumenta os
níveis de glicose do sangue, que leva ao risco de desenvolver diabetes,
perda muscular e redução da imunidade. Um estudo publicado no periódico
Science Translational Medicine e apresentado no Encontro e Exposição
Anual da Sociedade Americana de Endocrinologia revelou que essa prática
pode ocasionar não só o diabetes, mas fadiga crônica e obesidade. Leia
mais no IG.
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