O
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, criticou ontem o voto
secreto nas decisões do Congresso Nacional. Amparados pela Constituição,
deputados federais e senadores se valem do sigilo em votações
importantes, como as que ocorrem nos processos de cassação. Para Gurgel,
a abertura do voto permitiria que o eleitor acompanhasse de perto o
posicionamento dos parlamentares eleitos. "O voto secreto é uma tradição
antiga nossa, mas, pessoalmente, acho que, quanto mais transparente for
qualquer processo, melhor", disse o procurador-geral da República ao
Correio. Responsável pela sustentação das denúncias contra os réus do
mensalão, Gurgel foi incisivo ao pedir as condenações, "a fim de que os
atos de corrupção, mazela desgraçada e insistentemente epidêmica no
Brasil, sejam tratados com o rigor necessário". Ele chegou a pedir que
as prisões fossem decretadas antes da apreciação dos recursos, o que não
foi acatado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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