O
Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) acusou nesta
segunda-feira (3) a rede social Facebook Serviços Online do Brasil Ltda.
de retardar em pelo menos 15 dias o cumprimento de decisão judicial que
obriga a empresa a fornecer informações dos perfis de pessoas
investigadas pelo crime de pedofilia. A demora deve acarretar o
pagamento de multa de ao menos R$ 750 mil. De acordo com o MPF, a filial
brasileira do Facebook ignorou uma decisão proferida pela 2ª Vara
Federal Criminal em Curitiba emitida no dia 17 de agosto, que obriga a
empresa a fornecer os dados, requisitados desde fevereiro. "A filial
brasileira da empresa está impedindo o devido andamento de uma
importante investigação, sigilosa, em curso no âmbito federal", disse o
MPF em nota. O escritório do Facebook no país informou que por meio de
“trabalho conjunto entre as autoridades dos Estados Unidos e Brasil, o
conteúdo solicitado foi fornecido pelo Facebook". De acordo com a
assessoria de imprensa do MPF no Paraná, a filial brasileira encaminhou
na noite da última sexta-feira (31) e-mail à Polícia Federal (PF)
explicando que os dados foram encaminhados pela matriz da empresa à
Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília. Como nesta segunda (3) é
feriado nos Estados Unidos (Dia do Trabalho), o documento ainda não
chegou às mãos da PF ou do MPF. "As procuradoras que atuam no caso
aguardam o efetivo recebimento do material, pela Polícia Federal, e sua
análise, para poderem se pronunciar sobre o atendimento à ordem judicial
e ao pagamento da multa", informou o Ministério Público Federal em nota
oficial. Segundo o MPF, o Facebook alega que a filial trata
exclusivamente de questões de consultoria em publicidade e que não
possui relação com a administração do conteúdo dos perfis, além de não
ter autorização para acessar as contas de seus usuários, conforme as
leis norte-americanas. Outras empresas, como Google, Yahoo e Microsoft,
cujos dados também estão armazenados nos Estados Unidos, cumpriram a
determinação judicial, segundo o MPF.
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