O
presidente do Paraguai, Federico Franco, afirmou nesta quarta-feira (8)
que o país não pretende continuar a "ceder" energia ao Brasil e à
Argentina, países dos quais é sócio nas hidrelétricas de Itaipu e
Yacyretá, respectivamente.
"Não
estamos dispostos a seguir cedendo nossa energia. E prestem bem atenção
que uso a palavra ceder. Porque o que estamos fazendo é ceder ao Brasil
e à Argentina, nem sequer estamos vendendo", disse ele, de acordo com
discurso publicado na página do governo paraguaio.
O
Paraguai tem baixo consumo de energia, e vende aos sócios grande parte
do que lhe cabe na produção das duas usinas. Franco, no entanto, diz
querer estimular o uso da energia no próprio país.
"Devemos procurar trazer o que é nosso
de Itaipu e Yacyretá, criar fontes de trabalho para evitar mais
migrações. Para isso, a única alternativa é criar condições de segurança
para poder industrializar o país", disse ele, que assumiu a presidência
do Paraguai há pouco mais de um mês, substituindo o destituído Fernando
Lugo.
Brasil
O
Ministério das Relações Exteriores brasileiro, por meio de seu
porta-voz, Tovar Nunes, afirmou que Brasil e Paraguai são cogestores de
Itaipu e que o diálogo em relação à usina “é muito bom, direto e
fluido”. O Itamaraty não comentou as declarações de Federico Franco, mas
negou que sua posse à frente do Paraguai afete as negociações com
Itaipu.
“Mesmo com todas as oscilações,
nunca se deixou de produzir conjuntamente nenhum quilowatt de energia. É
um relacionamento histórico, muito fluido, muito bom. Há um grande
entendimento, por isso vamos continuar com esse espírito do acordo, que é
dos anos 70”, informou o porta-voz.
Valor da energia
O
governo Lugo conseguiu triplicar o valor pago pelo Brasil pela
eletricidade de Itaipu. Um acordo também foi fechado para a construção
de uma linha de transmissão entre Itaipu e Assunção, para que o país
utilize mais da energia a que tem direito na usina.
Franco disse que este último
projeto possibilitará a instalação de um maior número de indústrias, que
igualmente deverão ser encorajadas por um preço mais conveniente de
energia.
Pouco depois de assumir, o
governo de Franco iniciou negociações com a multinacional Rio Tinto
Alcan para a instalação de uma fábrica de alumínio, que foram paradas
por divergências sobre o preço que seria fixado para a energia
elétrica.G1
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