Índios da tribo Hã Hã hãe habitam o sul baiano. Foto: Divulgação
O
Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
revelou que as regiões com maior percentual de línguas indígenas são a
Norte, com maior número de terras indígenas reconhecidas até 31 de
dezembro de 2010, e a Centro-Oeste. A região Nordeste, com menor número
de terras reconhecidas, apresentou menor proporção de falantes de língua
indígenas. Segundo especialistas, o índice pode ser resultado da
colonização. "O Nordeste foi a primeira área de desembarque dos
colonizadores no país que proibiram os índios de falar suas línguas e
impuseram a escravidão. Foi essa região que recebeu a frota de Cabral,
que teve a primeira capital, os primeiros engenhos", explicou o
professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Pacheco
de Oliveira. A presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria
Azevedo, disse que já existe um esforço de valorização da língua
indígena por meio da educação. "Os dados dão instrumentos para que os
próprios indígenas possam reivindicar políticas com relação às suas
línguas", disse. No geral, 274 línguas indígenas são faladas no país por
37,4% dos índios com mais de 5 anos de idade, e que 6 mil deles falam
mais de duas. A fluência em pelo menos uma delas foi verificada em 57,3%
dos índios que vivem em terras indígenas reconhecidas. Fora delas, cai
para 12,7%. O português não é falado por 17,5% do total, cerca de 130
mil pessoas. Quanto à renda, o IBGE constatou que 83% dos índios no
país, com 10 anos ou mais, recebem até um salário mínimo ou não têm
rendimento.
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