O governo federal quer permitir a contratação de empresa privada para serviços de segurança armada em presídios, transportes coletivos e em eventos, como jogos de futebol e shows. De acordo com reportagem do Jornal Folha de São Paulo, a proposta foi apresentada pelo Ministério da Justiça a empresas e sindicato do setor. A intenção seria liberar os Policiais Militares, hoje dedicados à segurança de jogos e estádios. No “estatuto da segurança privada”, criado pela pasta, atribui ao organizador de eventos a responsabilidade pela segurança interna de praças esportivas e de show. O texto diz ainda que as companhias poderão atuar na segurança patrimonial dos presídios – inclusive para agente de muralha – mas não assumiriam o papel de carcereiros. O projeto autoriza também, em até 49%, a participação de capital estrangeiro nas empresas. Hoje, está proibido. Para o professor e pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Gláucio Soares, a proposta de privatizar a segurança em ambientes públicos deriva da insatisfação geral com a segurança pública. "Diante disso, há duas possibilidades: investir pesado na segurança pública ou especificamente na privada, que acarreta alguns riscos, entre eles fugir ao controle", critica. Já o coordenador do Centro de Pesquisa em Segurança Pública da Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Luís Sapori, diz que a ideia do governo é boa. "O aparato público não tem condições de estar presente em todas as situações do dia a dia ", afirma. O diretor-executivo do Sindicato das Empresas de Transporte por Fretamento de São Paulo (Transfretur), Jorge Miguel dos Santos, diz que o projeto não é uma exigência do mercado. "É evidente que há algumas rotas que têm incidência de assalto, mas mesmo assim não justificaria [a contratação de seguranças]. O que é preciso é mais polícia nas estradas nesses trechos", cobra.
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