O prefeito Gilberto Kassab apresentou na sexta-feira (2) a bancada de vereadores de seu novo partido, o PSD. Ainda sem registro em São Paulo, mas aguardando certificação nacional, a sigla nascerá como a segunda maior na Câmara Municipal, com expectativa de, até outubro, tornar-se a principal legenda da Casa.
Sete vereadores oficializaram o desembarque no PSD e assinaram uma “declaração de intenção de filiação”, documento que passará a ter valor legal quando o partido for registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Com esse número, a bancada de Kassab empata com a do PSDB como a segunda maior, e só fica atrás da do PT, com 11 representantes.
Há, no entanto, um trabalho para consolidar mais quatro adesões ao PSD até outubro, o que colocaria o partido controlado pelo prefeito ao lado do PT.
Assinaram a declaração de filiação os vereadores Marco Aurélio Cunha, Edir Salles, Ushitaro Kamia, Marta Costa e Domingos Dissei, todos dissidentes do DEM.
Souza Santos e o presidente da Câmara, Police Neto, que deixaram o PSDB em abril e estavam sem partido, completaram as adesões.
O secretário de Trabalho do município, Marcos Cintra, ex-PR, vereador licenciado do mandato, também assinou documento se vinculando à nova sigla.
O vice-governador Guilherme Afif Domingos, principal apoiador do projeto de Kassab em São Paulo, participou da cerimônia. Ele deixou o DEM para embarcar na sigla do prefeito e é tratado por Kassab como um possível candidato à sucessão, o que ele nega.
NACIONAL
Afif será o responsável por elaborar o programa partidário do PSD. Segundo ele, essa missão exigirá viagens constantes pelo país nos próximos seis meses, o que a torna uma tarefa “incompatível com as articulações para as eleições municipais”.
Segundo aliados, o prefeito tem reforçado internamente a intenção de lançar candidato próprio à sua sucessão. Em discursos, ele admite abrir uma exceção caso o PSDB lance candidato o ex-governador José Serra, ou um de seus maiores aliados, o senador Aloysio Nunes.
Os dois, no entanto, dizem não querer entrar na disputa. Em Brasília, o PSD terá, nas contas do prefeito, pelo menos 50 deputados federais –com possibilidade de chegar a 60–, o que o colocaria como a terceira maior força da Casa, acima do PSDB, PP e PR, e atrás apenas do PT e do PMDBO tamanho da sigla já faz com que seus líderes preguem um trabalho para “filtrar” novas filiações. A intenção é “premiar” parlamentares que apoiaram o PSD desde o início e evitando a adesão de adversários regionais.
Folha.com
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