Fraude no hospital de Ibirataia. O que vai acontecer?

Por: Tribuna da Bahia

Passados mais de dois anos da ação movida no Ministério Público Federal (MPF) e investigada pela Polícia Federal (PF) contra a administração do Hospital Antonio Firmino Leal, em Ibirataia, a 337 km de Salvador, por falsificação de atendimentos, cirurgias e internamentos fantasmas, problemas que foram constatados em auditoria do Ministério da Saúde (MS), conforme publicado ano passado pela Tribuna da Bahia, os órgãos que estão cuidando do caso ainda não se posicionaram em relação às irregularidades atribuídas ao presidente da instituição na época das denúncias, Marco Aurélio de Oliveira Almeida, hoje pré-candidato a prefeito do município.

De acordo com a inspeção do MS, os procedimentos falsos contabilizam um gasto mensal de R$ 75.724,31, referentes às irregularidades encontradas entre janeiro de 2007 e fevereiro de 2009, período em que a unidade de saúde foi auditada. Os responsáveis pela fraude, que inclui também o médico Bruno de Souza Araújo, adulteravam os laudos, passando, por exemplo, uma queda de pressão para a um infarto do miocárdio no paciente. Desta forma, a unidade filantrópica recebia ilegalmente verba federal do Sistema Único de Saúde (SUS).

A fraude veio à tona quando o número de infecções chegou a sinalizar um surto a ponto de o município ser apontado como o quinto no Estado por internamento de doenças infecciosas. O fato chamou a atenção também da Secretaria Municipal de Saúde de Ibirataia que, ao verificar as fichas de internamento e entrevistar os pacientes, descobriu que o motivo pelo qual deram entrada no hospital era completamente diferente do que constava no prontuário médico.

“Havia paciente que teve uma simples gripe e constava no registro como infecção. Como havia também um número muito alto de cirurgias cardíacas, fomos averiguar essa relação e, para nossa surpresa, o funcionário que olhava se deparou com o nome da própria mãe”, disse Cidy Clei Câncio Lima, que era secretário de Saúde no município na época em que a fraude ocorreu (2008), em entrevista à Tribuna da Bahia na época das denúncias.

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